MEI: 67% dos autônomos admitem que a situação dos formais é melhor

A maioria dos trabalhadores autônomos do País, no caso, 95% estão satisfeitos com o seu trabalho no mercado informal. Apesar disso, 67% destes profissionais admitem que a situação dos trabalhadores formais é melhor do que a dos informais.

Estes dados fazem parte da Pesquisa de Opinião MEI, encomendada pelo Sebrae Nacional para apontar as impressões dos autônomos e trabalhadores informais em relação à figura jurídica do Microempreendedor Individual, criada a partir da Lei Complementar n° 128-2008.

As entrevistas foram realizadas no período de 20 de fevereiro a 9 de março com 534 trabalhadores informais e autônomos, sendo 50% homens e 50% mulheres, compreendidos na faixa etária entre 20 e 49 anos, a maioria com Ensino Médio completo e distribuídos em todas as regiões brasileiras.

Os benefícios do MEI
Conforme publicado na Agência Sebrae, entre os entrevistados, 81% desconhecem os benefícios do trabalho formal, enquanto 17% afirmaram que sabem das vantagens para quem está à frente de um pequeno negócio formalizado. Já 75% dos microempreendedores afirmaram que não têm medo de se formalizar.

Quando indagados sobre os benefícios que a formalização pode proporcionar, 32% dos entrevistados acreditam que ela irá facilitar o acesso a crédito bancário. Já 18% apontaram como a principal vantagem a aposentadoria por idade ou invalidez. Para 14%, o principal benefício de deixar de ser autônomo é ter o CNPJ e 9% indicaram o seguro de acidente de trabalho como diferencial.

Por outro lado, entre os motivos que causam mais receio na abertura de um pequeno negócio formal, o medo do negócio não dar certo foi apontado por 5% dos entrevistados. Já 4% ressaltaram a fobia de abrir e manter o negócio e arcar com as dívidas, outros 4% citaram os altos impostos, taxas e fiscalização e o mesmo percentual também apontou o mercado e as incertezas da economia inconstante.

Problemas da informalidade
Ao serem questionados sobre os principais problemas ocorridos com a informalidade, 8% dos microempreendedores citaram a falta de clientes. Para 7%, a informalidade traz a falta de qualificação profissional; 6% apontaram a infraestrutura precária (local de trabalho e maquinário); 5% relataram a concorrência e 5%, burocracia para empréstimo.

Tendo em vista esses empecilhos, 92% dos entrevistados ressaltaram a importância de participar de treinamentos ou cursos. E 53% disseram que já buscaram treinamentos ou cursos para qualificar melhor seu trabalho.

Entre os cursos mais procurados, 51% dos microempreendedores afirmaram que participaram de treinamentos ou capacitação em informática. A segunda opção apontada foram os treinamentos na área de estética.

Sobre a pesquisa
O objetivo da pesquisa foi identificar impressões e subsidiar o projeto Microempreendedor Individual do Sebrae, cujo público-alvo são os informais, constituídos por cabeleireiros, costureiras, vendedores ambulantes, artesãos, manicures, borracheiros, eletricistas, chaveiros e salgadeiras, entre outros profissionais.

Os resultados da Pesquisa de Opinião MEI foram apresentados na última segunda-feira (30), durante reunião sobre a implantação de sistemas de informação, fluxos e comunicação relacionados a essa pessoa jurídica, realizada no Ministério da Previdência Social. O encontro foi coordenado pelo ministro da Previdência, José Pimentel, e contou com a presença de representantes de órgãos federais, estaduais, municipais, instituições e entidades parceiras.

A nova figura jurídica vai tornar possível a formalização de milhões de trabalhadores e autônomos que atuam na informalidade. A meta do governo é formalizar um milhão de informais até o fim de 2010. O MEI entra em vigor no dia 1º de julho.

Por: Luana Cristina de Lima Magalhães
02/04/09 – 09h20
InfoMoney

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