Na Nossa Caixa, também do Banco do Brasil, dois terços dos financiamentos semanais para os pequenos negócios utilizam o FGO
Da Agência Sebrae de NotíciasSão empresas que normalmente teriam dificuldade de conseguir empréstimos, principalmente para capital de giro, por falta ou insuficiência de garantias. Para o diretor de micro e pequenas empresas do BB, Ary Lazarin, que esteve recentemente em São Paulo, os números são bons e tendem a crescer muito até o final do ano. Segundo ele, 47% da carteira de crédito do banco são pessoas jurídicas. O BB já destinou este ano R$ 40 bilhões às micro e pequenas empresas, o que corresponde a 38% dos empréstimos do banco para pessoas jurídicas.
O FGO, lançado em 19 de agosto deste ano, complementa em até 80% as garantias exigidas em empréstimos e financiamentos. Ao reduzir os riscos de inadimplência para as instituições financeiras, o Fundo permite oferecer empréstimos com taxas de juros até 30% menores.
“Em São Paulo, tivemos nestes 40 dias 4.514 operações, com investimento de R$ 141,8 milhões. O FGO contempla o capital de giro, mas também o investimento”, diz. Lazarin explica que o limite para investimento é de R$ 500 mil e para capital de giro, R$ 150 mil.
O Fundo Garantidor iniciou operações com patrimônio de R$ 595 milhões – R$ 580 milhões do governo federal e R$ 15 milhões do Banco do Brasil, que prevê contribuição de até R$ 100 milhões. A parcela do governo pode chegar até R$ 2,5 bilhões nos próximos períodos. Em setembro, o fundo recebeu aporte de R$ 1,2 milhão do Banco Nossa Caixa, adquirido recentemente pelo BB.
O presidente do Banco Nossa Caixa, Demian Fiocca, diz que o FGO está operacional há quatro semanas. “Em tão pouco tempo, já fizemos 2.000 operações de empréstimo”. Segundo ele, das 760 operações feitas semanalmente, 500 são com o FGO.
“Muitas empresas tinham condições de pagamento, mas não alcançavam o crédito por falta de garantia. Agora dois terços estão com o dinheiro. Vemos o FGO como uma medida positiva tanto para os pequenos negócios quanto para os bancos, já que são pessoas com poder de pagamento”.
Fiocca acredita que, se os demais bancos aderirem ao Fundo, haverá uma expansão forte do crédito no País para os pequenos negócios. Um desses bancos deverá ser a Caixa Econômica Federal, diz o superintendente regional Valter Gonçalves Nunes. Segundo ele, já na próxima semana a CEF estará com o Fundo disponível para seus clientes. “Deveremos ter uma das taxas mais baratas do mercado, em torno de 0,9% ao mês”, afirmou.
Agência de fomento
A Nossa Caixa Desenvolvimento, uma espécie de BNDES de São Paulo, também irá usar um fundo de aval para ajudar a financiar micro e pequenas empresas do Estado. Segundo seu presidente Milton Luiz de Melo Nascimento, o Fundo de Aval do Governo do Estado deverá operar em breve e a agência fará parceria para disponibilizar os recursos por meio de entidades representativas.
“A agência foi criada recentemente e estamos operando desde junho. Temos duas linhas de capital de giro, com taxas de juros a 0,96% ao mês. Há também linhas de investimento produtivo para atender projetos ligados ao meio ambiente, energias alternativas, programas de tecnologia, com juros de 8% ao ano e 60 meses para pagar”.